Explorando a Relação entre Astronautas e as Eleições nos EUA

An astronaut in full space suit standing in front of a large American flag, with a slight breeze causing the flag to ripple, capturing a moment of contemplation, surrounded by a starry backdrop of space. Photorealistic, 4K, HDR, cinematic lighting, ultra detailed, award-winning photography, studio shot, vibrant colors.

Nesta terça-feira, 5, os eleitores dos Estados Unidos vão decidir o próximo presidente do país. A corrida está muito apertada, com várias pesquisas e previsões mostrando um empate técnico. Por isso, todo voto conta – até o dos quatro astronautas americanos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Don Pettit, Nick Hague, Butch Wilmore e Suni Williams fazem parte da tripulação da missão SpaceX Crew-9, o nono voo tripulado do Programa de Tripulações Comerciais administrado pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. A distância, porém, não os impediu de votar.

Wilmore e Williams imaginavam que estariam de volta à Terra a tempo das eleições, mas não foi o que aconteceu. Eles foram para a ISS a bordo da espaçonave Boeing Starliner. O que era para ser uma missão de oito dias em junho se estendeu até agora, já que o veículo apresentou defeitos nos propulsores que impediram o retorno na data planejada.

Em uma conversa com repórteres, no mês de setembro, que o portal Space reportou, Wilmore disse que “a Nasa facilita muito para nós [sermos incluídos nas eleições], então estamos empolgados com essa oportunidade”.

Como votar do espaço

Para Hague e Pettit, que já sabiam que estariam em órbita durante as eleições, o jeito foi pedir um Federal Post Card Application (FPCA). Esses documentos são usados por cidadãos estadunidenses que não moram no país ou por militares em bases estrangeiras. Nesse caso, também se aplica aos astronautas. Em 2022, a agente da Nasa Kate Rubins votou assim.

O FPCA é um tipo de absentee ballot, ou cédula de ausente. Nos Estados Unidos, se você não está na sua zona eleitoral no dia da eleição, você ainda pode votar usando um desses documentos. Foi com essas cédulas de votação a distância que Wilmore e Williams votaram.

Como o programa de treinamento dos astronautas fica no Centro Espacial Johnson, da Nasa, muitos deles têm seu domicílio eleitoral no Texas. Por isso, o estado aprovou uma lei em 1997 que liberava astronautas para votar do espaço. Naquele ano, o astronauta David Wolf se tornou o primeiro a exercer o direito fora da Terra.

Mas como esses documentos chegam do espaço para a Terra? Cada uma das cédulas de votação eletrônicas passa por um processo de criptografia, sendo enviada para o sistema de computadores da ISS. De lá, os dados são enviados para satélites da Nasa, que mandam os votos para um terminal no estado do Novo México. Já na Terra, os votos vão para o Centro Espacial Johnson, que encaminham os dados para a zona eleitoral de cada um dos astronautas.

Ou seja: para pelo menos quatro pessoas nos Estados Unidos, o voto é eletrônico e digital. Se todo o país seguisse esse esquema, talvez os resultados não demorariam tanto para serem divulgados. O mundo provavelmente só vai saber se o próximo presidente dos Estados Unidos será Donald Trump ou Kamala Harris no domingo, dia 10.

A importância do voto a distância

O voto a distância se tornou uma alternativa valiosa, especialmente em tempos de pandemias e crises globais. O sistema que permite que os astronautas votem do espaço é um exemplo da evolução da tecnologia e da adaptação dos processos eleitorais a situações extraordinárias.

A opção de votação eletrônica não apenas assegura que cidadãos em circunstâncias excepcionais, como o caso dos astronautas, possam participar do processo democrático, mas também levanta questões importantes sobre a segurança do sistema de votação em terra.

O financiamento e o apoio às novas tecnologias, como o uso de blockchain para votação, são tópicos que precisam de discussão contínua. Isto poderia aumentar a transparência e a segurança, garantindo que mais cidadãos se sintam confortáveis e confiantes para exercer seu direito de voto.

Curiosidades sobre votações no espaço

  • David Wolf foi o primeiro astronauta a votar fora da Terra em 1997, estabelecendo um precedente.
  • Os astronautas têm que seguir um padrão rigoroso de segurança para garantir a integridade de seus votos.
  • O sistema de votação foi adaptado ao longo dos anos para acompanhar as inovações tecnológicas.
  • Além dos astronautas, militares e cidadãos em trânsito também podem utilizar cédulas de votação a distância.

De acordo com a Nasa, a experiência dos astronautas com a votação no espaço é vista como uma maneira de incentivar o engajamento cívico, mostrando que o voto pode ser realizado independentemente do local.

Além disso, o impacto social e político de decisões tomadas em órbita não deve ser subestimado. Os astronautas representam não apenas seu país, mas também um exemplo de como as fronteiras físicas não devem limitar os direitos civis.

Desafios enfrentados na votação a distância

Embora o voto eletrônico ofereça conveniência, há desvantagens e desafios inerentes. Um dos principais é a segurança. Como mencionado anteriormente, a proteção de votos sob o sistema eletrônico exige protocolos rigorosos, que se tornam ainda mais complexos quando se fala em transferi-los do espaço.

Addicionais considerações incluem a acessibilidade e a eficácia do sistema de votação a distância. É essencial que qualquer cidadão tenha acesso à tecnologia necessária para participar, e isso levanta questões sobre a inclusão digital.

Os sistemas de votação devem continuamente evoluir para atender às necessidades de uma população cada vez mais diversificada e dependente da tecnologia. Os modelos usados para astronautas podem servir de base para futuras implementações em todo o país.

Eleitores, autoridades e instituições precisam trabalhar juntos para desenvolver um sistema que seja seguro, acessível e eficiente. Essa colaboração pode garantir que onde quer que um cidadão esteja, ele possa participar ativamente da sua democracia.

O enfoque em solucionar questões de segurança e eficácia é fundamental para garantir que processos de votação, tanto no espaço quanto na Terra, assim como em cenários de crise, sejam adequados e seguros para todos.

Compartilhe nas Redes: