Clube dos Bilionários: Uma Análise das Perdas e Alternativas em 2025
O clube dos bilionários do mundo nunca esteve tão cheio, alcançando o recorde de 3.028 membros em 2025. No entanto, como em 2024, cerca de um quarto dos nomes da lista viu seu patrimônio líquido encolher em comparação ao ano anterior. Para 107 empreendedores, investidores e herdeiros que estavam na lista passada, a queda foi tão grande que eles deixaram completamente o chamado “clube do bilhão”.
Entre os bilionários que saíram do ranking, nomes por trás de marcas internacionalmente conhecidas se destacam, como Koo Bon-sik, herdeiro da fortuna da LG Electronics, e Jonathan Oringer, fundador da Shutterstock. Isso levanta a questão: o que leva empreendedores de sucesso a perderem este status de forma tão drástica?
Setores Mais Atingidos e Contexto Econômico
A China — incluindo Hong Kong e Macau — foi o país com o maior número de bilionários que deixaram a lista neste ano, refletindo uma desaceleração econômica contínua. Ao todo, 22 nomes foram excluídos. Esta queda é um alívio quando comparada aos impressionantes 133 que saíram no ano passado. O Brasil ficou em segundo lugar, com 15 excluções, enquanto a Índia registrou 14. Os Estados Unidos, com quase o dobro de bilionários, viram apenas nove nomes desaparecerem.
Os dados revelam que, assim como em 2024, quase um em cada quatro que saíram da lista vêm do setor de manufatura — o mais atingido. Entre eles está o australiano Manny Stul, cuja empresa de brinquedos, conhecida pelas coleções Shopkins, também sentiu o impacto. Os setores de finanças e tecnologia foram os próximos mais afetados, com 12 saídas cada. Exemplos incluem James Peng, da Pony.ai, uma empresa de direção autônoma que teve uma queda significativa em seu valor de mercado, agora avaliado em US$ 3,2 bilhões após um auge de US$ 8,5 bilhões em 2022.
Estreias-Relâmpago e Causas das Perdas
Trinta e dois dos que deixaram a lista foram “estreias-relâmpago”, tendo entrado pela primeira vez em 2024. Entre eles estão Fernando Masaveu Herrero, que lidera um conglomerado espanhol, e Shunsaku Sagami, fundador de uma consultoria japonesa. Por que será que essas novas estrelas do panorama bilionário não conseguiram manter seu status?
A seguir, analisamos alguns dos nomes que perderam o status de bilionário neste ano e as principais razões por trás de suas quedas:
Nicolas Puech
Patrimônio: desconhecido, anteriormente US$ 15,6 bilhões (R$ 89,7 bilhões)
Fonte de riqueza: moda e varejo | Cidadania: França
Puech, descendente da linhagem da Hermès, se envolveu em uma complexa disputa administrativa relacionada à sua fortuna. Seu desejo de adoção de um ex-jardineiro levou a uma série de processos judiciais e desentendimentos sobre a venda não autorizada de ações da empresa. Isso ilustra como questões pessoais e administrativas podem afetar drasticamente a fortuna de alguém.
Candido Pinheiro Koren de Lima
Patrimônio: US$ 900 milhões (R$ 5,1 bilhões), anteriormente US$ 2,3 bilhões (R$ 13,2 bilhões)
Fonte de riqueza: saúde | Cidadania: Brasil
O fundador da Hapvida enfrentou dificuldades financeiras, com uma queda de quase 50% nas ações da empresa. Problemas contábeis e maior atenção judicial ao setor de saúde brasileiro foram fatores decisivos que impactaram seu patrimônio.
Li Liufa
Patrimônio: menos de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), anteriormente US$ 2 bilhões (R$ 11,5 bilhões)
Fonte de riqueza: diversificada | Cidadania: China
O caso de Li é emblemático. Após uma dramática queda de 99% nas ações do seu conglomerado, o Tianrui Group, o impacto de chamadas de margem e incertezas começou a desfazer seu império. O que pode ser aprendido sobre a volatilidade de mercados emergentes e sua relação com a riqueza?
Reflexões sobre a Riqueza e Sustentabilidade
A queda de bilionários em 2025 não é apenas uma questão de números, mas reflete uma série de fatores econômicos, pessoais e de mercado. Que lições podem ser tiradas disso? É claro que ter uma fortuna significativa não garante estabilidade. Equilibrar interesses pessoais, empresas e o mercado, além de prestar atenção às dinâmicas sociais e econômicas, parece ser fundamental.
Em um contexto onde várias indústrias enfrentam crises e desafios, como os setores de manufatura e tecnologia, um olhar mais atento para práticas sustentáveis e éticas pode ser o caminho a seguir. Quão bem preparados estão esses empreendedores e seus sucessores para lidar com as incertezas futuras? A maneira como respondem a essas questões pode muito bem determinar se eles conseguem, ou não, retomar seu status dentro do clube dos bilionários.