Proposta polêmica sobre a abordagem de moradores de rua em situação irregular

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Governador critica situação de pessoas em situação de rua e sugere abordagem polêmica

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), provocou controvérsia ao comparar pessoas em situação de rua a veículos estacionados em locais proibidos. Durante uma entrevista à rádio Jovem Pan, ele se mostrou favorável à criação de uma lei nacional que abordasse a questão das pessoas em situação de vulnerabilidade social de maneira semelhante a veículos que são guinchados por estacionarem em locais irregulares.

A declaração ocorreu em um contexto de preocupações sobre segurança pública em Minas Gerais e a presença de uma suposta Cracolândia na capital, Belo Horizonte. Zema argumentou que a falta de instrumentos legais eficazes para lidar com a situação de moradores de rua é um problema recorrente nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Belo Horizonte.

Ele mencionou problemas particulares enfrentados por cidadãos que são perturbados por pessoas que se encontram em situação de rua. “Hoje em dia, temos moradores de rua que, às vezes, estão na porta da casa de uma idosa, dificultando a entrada dela e expondo sua vida a riscos”, declarou o governador.

A resposta do governo de Minas Gerais sobre a declaração não foi apresentada até o fechamento deste texto. Contudo, a comparação infeliz gerou reações de diversas partes da sociedade, que consideram que a abordagem de Zema pode desumanizar pessoas que já enfrentam grandes dificuldades.

Desde que assumiu o governo em 2019, Zema vem adotando um discurso polêmico com frequência, particularmente em busca de apoio dentro do contexto político atual. Recentemente, ele relativizou a ditadura militar que ocorreu no Brasil entre 1964 e 1985 e expressou sua intenção de conceder indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso este seja condenado por tentativa de golpe de Estado. Essas declarações foram feitas em entrevistas e eventos, gerando ainda mais controvérsia em torno de sua figura política.

Além disso, Zema já fez comparações infelizes entre regiões do Brasil, associando Estados do Norte e do Nordeste a “vaquinhas” que produzem menos. Em outra ocasião, ele compartilhou conteúdos relacionados a Benito Mussolini, figura histórica controversa, nas redes sociais. Tais comportamentos alimentam um ambiente de polarização e crítica acerca de sua liderança.

Propostas e a Influência Internacional na Segurança Pública

Recentemente, Zema voltou de uma viagem a El Salvador, um país que se destaca por suas políticas de segurança extrema. Sob a liderança do presidente Nayib Bukele, a nação conseguiu reduzir drasticamente as taxas de homicídio, utilizando prisões em massa como uma de suas estratégias principais. Embora tenha sido elogiada por alguns, essa abordagem tem sido condenada por diversas organizações de direitos humanos que acusam Bukele de violar princípios fundamentais em suas tentativas de combater o crime.

Na entrevista, Zema reafirmou seu interesse em emular algumas das políticas de segurança de El Salvador no Brasil. Ele defendeu a ideia de classificar organizações criminosas como “organizações terroristas”, um posicionamento polêmico que ele acredita ser necessário para um combate eficaz ao crime. “O que eles fizeram lá é o que o Brasil precisa fazer. É urgente um posicionamento firme contra a criminalidade”, opinou.

No entanto, apesar de seu discurso rigoroso em segurança, a eficácia das ações sob sua administração é questionável. De acordo com o Atlas da Violência, os índices de homicídios em Minas Gerais aumentaram 3,2% em 2023 em comparação com 2022, contrariando a tendência nacional que registrou diminuição de 2,3% nesse mesmo período.

Ainda em meio a essas questões, o governo de Zema implementou restrições orçamentárias que resultaram na redução de recursos para a polícia. Recentemente, foi anunciado que R$ 1 bilhão seriam contingenciados, o que levou a Polícia Civil a racionar combustível para suas viaturas, e a Polícia Militar precisou suspender seus treinamentos básicos e operações administrativas. Esses cortes têm gerado receio sobre a capacidade de resposta das forças de segurança em um momento crítico para a segurança pública no estado.

À medida que o debate sobre a abordagem do governador em relação à segurança, moradia e assistência social continua, a sociedade civil aguarda respostas e ações mais concretas que realmente abordem as raízes do problema da pobreza e da vulnerabilidade social em Minas Gerais e em todo o Brasil.

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