O estado de São Paulo enfrenta uma severa estiagem e onda de calor, acompanhada de baixa umidade e poluição do ar. Diante desse cenário, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) faz um alerta sobre o aumento de doenças de transmissão hídrica e alimentar. É essencial que a população adote cuidados, especialmente com a ingestão de água, para prevenir a desidratação e outras complicações relacionadas.
A potabilidade da água é fundamental para evitar doenças provocadas pela contaminação hídrica, como cólera, febre tifoide, hepatite A e diarreias agudas. Segundo Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da SES, essas doenças possuem um elevado potencial de transmissão, e é crucial redobrar a atenção com a qualidade da água que consumimos.
Ademais, as doenças podem ser transmitidas não apenas através da água, mas também por alimentos. Isso ocorre principalmente quando não são seguidas as regras de higiene e armazenamento corretas durante o preparo ou consumo dos mesmos. A especialista enfatiza a importância de manter rigor nas práticas alimentares, especialmente neste período crítico.
Em regiões afetadas por queimadas, o aproveitamento da água da chuva deve ser feito com cuidado redobrado. É recomendado evitar a utilização da água coletada nas primeiras chuvas após um período seco, já que partículas de poluentes oriundas das queimadas podem estar presentes nessa água.
Além disso, a SES destaca que as doenças transmitidas por água e alimentos podem ser causadas por diversos microorganismos, incluindo bactérias, vírus, parasitas e toxinas. O período de incubação desses agentes pode variar significativamente, indo de menos de uma hora até quatro semanas. Portanto, é imprescindível prestar atenção aos sinais de infecção, que podem incluir febre, vômito, náuseas, dor abdominal, dor de cabeça e tonturas. Ao notar qualquer um desses sintomas, é vital buscar atendimento médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.
Para aqueles que enfrentam dificuldades de acesso à água tratada da rede pública, as seguintes medidas básicas podem ser adotadas para garantir a potabilidade da água a ser consumida:
- Filtrar a água através de um filtro doméstico ou coador de papel/pano limpo. Após a filtragem, adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água e deixar repousar por 30 minutos antes de consumir. Alternativamente, também é possível fervê-la por 3 minutos após a filtragem;
- Os frascos de água sanitária a 2,5%, que são adequados para diluição na água de beber e cozinhar, são disponibilizados gratuitamente em postos de saúde, além de estarem disponíveis para compra em supermercados e farmácias. Caso essas opções não estejam acessíveis, utilize água sanitária comum, garantindo que ela tenha o registro adequado e não contenha adesivos ou componentes adicionais, como perfumes;
- Um cuidado extra deve ser tomado com a água da chuva, que deve ter o líquido descartado das primeiras chuvas que ocorrem após um longo período seco. Além disso, as superfícies de captação devem estar sempre limpas.
Cuidado com a Saúde Durante a Estiagem em São Paulo
O aumento da temperatura e a estiagem trazem desafios adicionais para a saúde pública. A qualidade do ar é afetada, e a poluição se intensifica, aumentando os riscos para a população. Isso é particularmente preocupante para grupos vulneráveis, como crianças, idosos e aqueles com doenças respiratórias pré-existentes.
Além das doenças transmitidas por água e alimentos, a poluição do ar pode desencadear ou agravar problemas respiratórios. A combinação de poluentes pode resultar em dificuldades respiratórias, crises de asma e doenças pulmonares crônicas. Portanto, é importante estar atento às recomendações de saúde e evitar atividades físicas ao ar livre durante os períodos de maior poluição.
As orientações da SES incluem a necessidade de estar sempre bem hidratado, principalmente em dias de calor intenso. A água é crucial para o funcionamento adequado do organismo, ajudando a regular a temperatura corporal e a garantir a saúde geral. Além disso, a ingestão de sucos naturais e alimentos que contenham água, como frutas e vegetais, pode contribuir para a hidratação.
A prevenção deve ser a prioridade. O cuidado na manipulação de alimentos assim como a boa higiene pessoal são essenciais. Lavar as mãos frequentemente, especialmente antes das refeições e após o uso do banheiro, é uma prática simples, mas que pode ter um impacto significativo na prevenção de doenças. Em todo o estado, campanhas de conscientização estão sendo promovidas para informar a população sobre essas práticas de saúde.
É importante também verificar as condições de armazenamento de alimentos. Manter os alimentos refrigerados e em recipientes fechados pode prevenir contaminações. Durante a estiagem, o ideal é evitar o consumo de alimentos que precisam ser mantidos em temperatura ambiente por longos períodos.
As autoridades locais têm atuado para monitorar os impactos da estiagem e da poluição, realizando campanhas educativas e oferecendo suporte à população. A participação da comunidade, nesse contexto, é essencial para que as medidas de prevenção sejam eficazes.
Quando as condições climáticas são adversas, como é o caso da atual seca em São Paulo, a mobilização de esforços coletivos pode resultar em melhores práticas e proteção à saúde de todos. O entendendimento sobre a importância de cuidar da saúde vai além do individual e envolve responsabilidade social.
Por fim, à medida que as condições climáticas podem mudar rapidamente, manter-se informado e atento às diretrizes das autoridades de saúde é fundamental. A proteção da saúde em meio aos desafios impostos pela estiagem e pela poluição é uma ato coletivo.