Recentemente, o mundo das finanças e dos negócios foi surpreendido pela ascensão de Alice Walton, que agora se tornou a mulher mais rica do planeta, com uma fortuna de US$ 101 bilhões (R$ 566,2 bilhões). Essa mudança marca um novo marco na lista anual de bilionários da Forbes, onde Françoise Bettencourt Meyers, herdeira da L’Oréal e que ocupava o título desde 2021, desceu para a segunda posição, com um patrimônio estimado em US$ 81,6 bilhões (R$ 457,4 bilhões).
Alice Walton, filha única do fundador do Walmart, Sam Walton, viu sua fortuna crescer em US$ 28,7 bilhões (R$ 160,8 bilhões) em comparação com o ano anterior. Esse aumento é impulsionado por uma valorização de 40% em sua participação no Walmart, que representa 11% do total da empresa. O Walmart, conhecido por sua estratégia de “Preços Baixos Todos os Dias”, tem atraído uma forte onda de consumidores, especialmente em tempos de alta inflação nos EUA.
Enquanto isso, a fortuna de Bettencourt Meyers sofreu uma queda de cerca de US$ 17,9 bilhões (R$ 100,3 bilhões), resultado de pressões do mercado que afetaram as ações do conglomerado de beleza fundado por seu avô. Essa situação trouxe à tona a volatilidade do mercado e os desafios enfrentados por muitas empresas hoje.
Quem é Alice Walton?
Alice Walton tem 75 anos e é uma das 15 pessoas a integrar o que tem sido chamado de “Clube dos 100 Bilhões”, um grupo seleto de indivíduos com fortunas de 12 dígitos. Ela é a segunda mulher na história a atingir o status de “centibilionária”, seguindo os passos de Bettencourt Meyers, que conquistou essa marca em junho de 2024.
Atualmente, Alice ocupa a 15ª posição na lista das pessoas mais ricas do mundo, logo atrás de seus irmãos Rob e Jim Walton, cuja fortuna é estimada em US$ 110 bilhões (R$ 616,6 bilhões) e US$ 109 bilhões (R$ 611 bilhões), respectivamente.
Graduada pela Trinity University, em Texas, em 1971, Alice Walton teve uma breve carreira como compradora de roupas infantis no Walmart antes de se mudar para Nova Orleans, onde trabalhou como corretora de ações. Na década de 80, ela retornou a Bentonville, Arkansas, onde liderou operações de investimento em um banco da família e fundou a empresa de empréstimos e corretagem chamada Llama. Após o fechamento da Llama em 1998, voltou ao Texas para se dedicar à arte.
Arte e filantropia
Alice Walton é conhecida por seu envolvimento no Crystal Bridges Museum of American Art, que ela presidiu por uma década. O museu, que abriga obras de importantes artistas, como Andy Warhol e Georgia O’Keeffe, foi fundado com o objetivo de mudar a cena cultural da região, tornando-a mais acessível.
Para a construção do museu, foram investidos quase US$ 1,6 bilhão (R$ 8,9 bilhões), fundos provenientes da família Walton. Essa iniciativa demonstra a paixão de Alice pela arte e por proporcionar oportunidades culturais em sua comunidade.
Além de seu impacto na arte, Alice também é reconhecida pelo seu trabalho filantrópico. Nos últimos dez anos, ela direcionou mais de US$ 5,8 bilhões (R$ 32,5 bilhões) a cinco fundações familiares, que já distribuiram cerca de US$ 1,7 bilhão (R$ 9,5 bilhões). Dentre esses projetos, destaca-se a Fundação da Família Walton, que, desde 1987, tem contribuído significativamente em áreas como educação, meio ambiente e desenvolvimento comunitário.
Outro esforço notável é a Fundação Art Bridges, que Alice fundou e que desde 2016 tem se dedicado a adquirir e emprestar obras de arte para mais de 230 museus em todo o país. Recentemente, a fundação anunciou uma doação de US$ 249 milhões (R$ 1,3 bilhão) para a nova Escola de Medicina Alice L. Walton, que visa integrar artes, humanidades e saúde na educação médica.
“Criar oportunidades que ajudem pessoas e comunidades a realizarem seus sonhos é a alegria da minha vida”, afirma Alice Walton, evidenciando seu compromisso com a filantropia e o desenvolvimento social.
Impacto da riqueza no mundo contemporâneo
A ascensão de Alice Walton à posição de mulher mais rica do mundo levanta questões interessantes sobre o impacto que a riqueza de tão grande magnitude pode ter em várias áreas, como sociedade, economia e cultura. As fortunas bilionárias estão frequentemente associadas à capacidade de influenciar mudanças significativas e direcionar recursos para causas importantes.
Ao longo dos anos, foi observado que bilionários têm desempenhado papéis cada vez mais relevantes no financiamento de iniciativas sociais, projetos educacionais e de saúde, além de promover inovações culturais. A capacidade de Alice em reverter parte de sua fortuna em iniciativas de arte e educação demonstra como o envolvimento ativo na filantropia pode gerar um ciclo positivo que beneficia não apenas uma pessoa, mas a sociedade como um todo.
Além disso, a forte presença de Alice no mundo da arte ressalta a importância da cultura na prosperidade econômica. Museus e instituições culturais não apenas enriquecem a vida comunitária, como também têm um impacto econômico significativo, atraindo turistas e gerando empregos. Essa intersecção entre riqueza e cultura sugere que, quando utilizada da maneira certa, a riqueza pode ser uma ferramenta poderosa para gerar bem-estar e avanço social.
O crescimento do Walmart exemplifica as dinâmicas de mercado que influenciam o papel das grandes empresas no consumo e, consequentemente, na arrecadação de impostos, que pode ser redirecionada para o bem público. Isso demonstra que a prosperidade de um setor pode ter efeitos ressonantes em várias camadas da sociedade.
A trajetória de vida de Alice Walton e sua dedicação à arte e filantropia servem como um estudo de caso sobre o que significa ser uma “centibilionária” nos dias atuais. Há uma expectativa crescente sobre como a elite econômica usará suas influências e recursos para enfrentar os desafios globais que todos enfrentamos, como a desigualdade social e as mudanças climáticas.
Com o desenrolar do tempo, o exemplo de Alice Walton pode inspirar outros bilionários a também direcionarem suas riquezas para causas que realmente importam. O que será que outros bilionários estão fazendo para fazer a diferença em suas comunidades e no mundo? Este é um dos muitos questionamentos que surgem à medida que discutimos o impacto das fortunas exorbitantes em nossa sociedade.